Destinado a Catherine (2)

Cath,mais uma vez nos encontramos em meus pensamentos em nostalgia.Agora realmente estou me adaptando a certeza de que nossos lapis-de-cores ficaram esquecidos naquela arquibancada.Aqui não faz mais frio como em outrora.Dias nascem com sede de vida.O guarda chuvas esta trancado a sete chaves.Da janela,o céu derrama tinta azul aos quatro cantos.Acordo sempre com o cheiro de sorriso escancarado sobre minhas palpebras.Se pudesse me encontrar pelas ruas da cidade,veria na parede a sombras de dois,ligados pelas mãos.Leio jornais e escuto a televisão;tambem há flores jorrando em seus campos.Lembro como se ainda fosse à uma hora atras,o dia em que você decidiu partir pela porta dos fundos.Sem beijo de despedida nem bilhete na geladeira.Deixou tudo intacto,menos meu vaso cujo restaram apenas cacos do lado esquerdo de meu peito.De resto,no lugar:desde seu guarda roupa à seus livros empoeirados cheios de segundas vozes.Entendo.Você queria deixar tudo para depois.Cá entre nós:a palavra "depois" é apenas um mito em nosso dicionario.Assim sigo morando no mesmo endereço,mas com suas portas trancadas.Ainda espero por noticias anciosamente.
Abraços,de seu eterno companheiro.
Miguel

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