Um maço e meio,

E seus mistérios mantidos no congelador somavam meus receios. Fez-se lenha, fogo ate desconcertar. Ate a tinta derreter e o quadro perder a moldura. Garrafa vazia, felicidade à mostra e um medo infernal de olhar pela janela e perceber que o dia seco tornou-se belo pelo querer. Subi as escadas sem me preocupar com as respostas. Caminhei porta à fora e deixei metade ali, para justificar qualquer volta às pressas, qualquer vontade de você.

Auto medicação

A luz da varanda passou o dia acessa. Junto com o sol, seu brilho foi morrendo aos poucos. Quando invadidos pela falta, já não havia volta. A cidade afogou-se em escuridão. Ali, na sala, entregue à meia dose de uísque, soltou suas tensões. O copo tocou o piso empoeirado, e não houve reação alguma. As vezes,tudo o que precisamos são lagrimas sinceras.

Tumor

Se me derem caneta, eu risco metade da lista.Não desenho sobre outras cores e se quer saber, minhas malas estão prontas para serem jogadas pela janela à qualquer instante.Esforço em vão cansa, se ninguem quer sorrir por mim, por meus planos, gosto, eu me rendo ao desaforro. Seu prazer tambem não me interessa. Assim,brincando de olho por olho que vamos descobrir que os buracos são bem mais embaixo. Vai mudar, vai doer, vai se espalhar e deixar de existir, por aqui.

Acordamos de cabeça pra baixo,

E ficamos assim,meio rota incerta e contramão.Levando sustos a cada toque.A cada troca minima de calor,colisão planetária.Afinal somos todos de vidro,mas vestidos como pedra.Sabe lá,se eramos menos quando a verdade era hipotetica e ate engraçada.Deixo por conta do destino,caso algum dia voltemos a sorrir como nos seus sonhos.Flagro situações melhores,em pensamento a todo instante,e me questiono se ainda teremos o prazer do convívio com nossas condições.Mesmo que tão diferentes,mesmo que as vezes distantes se não fossem os problemas,seria um tédio.Acima de qualquer campo de batalha ou desilusão,aqui os planos buscam os moldes de seu sorriso tambem.Eu te amo,mãe.