Recom.

Enfim a sorte de uma certeza pesada;
para sair um pouco da rotina.

Quebraram a cama

Somos sonhos:suspirei em capsulas quando interrompi o paraiso. Tinha um barulho muito forte vindo do campo. Da janela alta,o dia comparecia em prantos sem necessidade. Guarda-chuva é para os dias que queremos manter faces sobre vantagens. Fixei-o,é claro. Saltei quatros metros em cada passo,e a aquarela foi desmanchando-se em sentidos complicados. Quis sobrio,e achei um saco. Prevaleceu a palavra sem definição. Inspiração florece em poucos depois de. Inclusive,ri da sua cara quando os flashes se encaixaram. Uma delicia caminhar no campo deserto em plena chuva lava-alma. O final tinha beleza. Vomitava orgulho ao asfalto no volante. Quando fui fechar a porta,não sabia se mandava ao inferno ou se desejava felicidades. Silêncio é um estilo de vida que aconselho aos marinheiros de primeira viagem. Desce dai menino,disse superego agitado em tempestade. Continuei,depois desci para entender suas regras.Eu te amo videogame.

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Com um tedio dos infernos,bateu os dentes;
estava tentando beijar o espelho.

Se

Em tons leves e decididos
finque sua bandeira no solo da Lua;
por livros mais fechados e vidas conjugadas em silêncio.
Essência,te namoro faz dias.
Um brinde a intenção,Astaire.
O teto é para quem quer dançar.
Dance.

Orvalho e calor

Cada pedaço de alma que você solta pelos olhos me leva a loucura,no pior sentido.O disco ta pedindo pra tocar:coloca os fones.Somos recem-nascidos em selva livre.Vem,agarra em mim que eu vou te levar pra longe.Vem,que eu tenho um mapa na mochila,no caso da desistência do o-que-for-será.Deixe tudo ai na jaula.Traga só seu sorriso,que é pro ceú estrelado perder a graça.Sem cadeado,só para gente ver no que vai dar.Tenho pouco à oferecer,tenho voz rouca e pouco paladar;mas se quiser a gente encontra o infinito ate nascer do sol.Vem,que meu tato já nós chama pelo nome.Noites assim só nascem de dez em dez mil anos.Chega aqui,tras bagagem não,que nossa profecia é certa.É fim da linha todo instante.É fogo,gasolina e tudo mais que queima e consome tudo ate não deixar provas.Tira esse sapato salto alto,vamos sair sem fazer barulho.O mundo não vai acordar.Só por essa noite,sua vida pela minha.

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Só meu sangue sabe tua seiva e senha
E irriga as margens cegas
De tuas elétricas ribeiras,
Sendas de tuas grutas ignotas.
Não sei, não sei mais nada,
Só sei que canto de sede dos teus lábios.

Calcanhotto

236

Cheguei cedo demais.Transparecia minha impaciência,afinal provavelmente serio novo em um lugar onde todos ja se conhecem.Me dirigi a porta de entrada.Tinha certeza em mente:iria embora.Com celular na mão reconheço alguem.Dou uma chance aos atos.Precisava estar ali.Vem de longe alguem,que mesmo estando atras,so me fornecia visão de seus costas.Tinha um palpite,mas seria brincar demais.Comprimentou a conhecida.Virou-se em minha direção e pois-se a olhar fixamente meus sapatos.Tinha cabelo curto,loiro escuro,quase castanho claro.Ali estava.Soltou palavras timidas.Retribui em igualdade,realmente me faltava folego.Pulando toda retorica dispensavel de pessoas afastadas à tempos,propus uma fuga.Fitando minha sombra,aceitou.Saimos em caminhada com sol no rosto em plena manha de segunda feira.Acordei mais uma vez.

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In my dream I am often running
To the place that is out of you
Of every kind of memory
With strings that tie to you

Jon Brion

Pós-platônico

Eles tocariam a sua musica preferida se você esperasse ate o final da festa.E se tivessemos sorte,tudo teria sido desigual.A sala de espera é pedra e ponte.Eu ainda quero cada pedaço desse quebra-cabeça invertido.Eu quebro sua lingua e suas bochechas tambem.Quero sua nuca.Cada pedaço do seu tato.Seus movimentos bruscos e seus arrepios em momentos minimos.Quero seus livros,seus discos e sua paz.Antes de qualquer rodopiar em nuvens secas.Traga-me loucura, que se for o caso te afogo em sanidade. Traga talheres. Levo cobertores. Me perco nas linhas, nos temporais. Nas cidades vizinhas que se encobertam por meus sonhos detalhistas com carater social. Tenho um apego sem fim por nossos castelos.É,aqueles que a gente constroe só pra destruir depois.Pelo prazer de pelo menos esbarrar nossos braços em qualquer rua.

Sobre estar só

As ondas tinham força.Cada ponto fraco de seu vestido de seda se entregava com razão ao sul.Agua queria descer.Verdes e decididos tropeçavam em toques leves.Refeita em escrupulos.Pedra dura por habitos saudavelmente normais.Seus dedos estavam sujos sangue.Ainda bem.Suspirou em um ato unico.Desejou a falta.Escreveu e enterrou.Depois rasgou,por segurança.À dois passos do fim da linha,tinha sede.Frio subiu despindo minimas ideias.Soltou seus ossos.Mostrou sorriso amarelo,com vergonha da felicidade:Havia um sonho bom guardado.De encontro com agua salgada.Escorreu o drama pelos cantos.Voltou seguindo em direção as luzes.Helena sabe-se.

Half joy in Mudville

Iguais:derrubam cerveja na calçada no mesmo instante.Ela sempre compenetrada,tentando manter o roteiro.Ele um palhaço completamente fora de orbita,arrancando risadas em pleno funeral.Com a pretensão de um carpe diem de butique,batem as garrafas em comemoração.Mais algumas e eu danço,disse o piadista.Eu danço agora,retrucou a decidida.Desce uma,duas e três;hoje é um ponto oito,diz ae para sua mãe.Gargalhadas.Esquecem as recomendações em um momento que quase toca o nonsense.Quem passa não sabe da missa o terço.Mas as risadas chamam atenção.Afinal autocritica cômica veste bem nós dois,pensa.A lua ta linda.Perai aquilo é um poste.Não,o poste é aquele.No climax do stand by,se tocam por acaso.Ai desculpa.Não tem nada não,pode triscar.Feliz aniversario.Me liga quando quiser conversar.Pode deixar,tudo normal.No bar,amanhã ou em meia hora.

Cidade Suja 01

Chris então abriu sua boca imunda: Eu conheci a traseira de Heidi no estranho outono de 71.Era uma noite de tormentas,chuva caia com vontade.Arvores perdiam folhas pela força das gotas. Encontrei-a rastejando por tuneis da cidade.Coberta de lama e derramando desesperanças pelos olhos.Ofereci algumas garrafas de vodka,que havia roubado de algum sem-nome à poucos metros.Ela disse que gostava. Depois da guerra,ela se aproximou de pessimos habitos.Quis sugar o cerebro de cada bitch dessa cidade.Desde então tenta desmontar meu quebra-cabeça.Em vão,por falar nisso.Doce Heidi...

Ruidos


Escravos chantageados pelos proprios pecados.Dessa forma trilhamos toda nossa estrada. Equilibrando passos sobre trilhos abandonados. Paredes rochosas se fazem maiores confidentes. E sabemos mais que qualquer um da importancia de portas e fechaduras.Somos lagoa coberta por terra firme.Tamanha que chega a se entregar como movediça.Culpados ambos,trajando testemunhas charmosas. Sussuramos sobre abafo. Arcamos com as condições por estrelas completas;sobre panos,é claro.Que metades só são metades,se quando separadas,intactas, estão inteiras.Dois egos descontrolados lançando flechadas em plena escuridão.E acertando o mesmo alvo.

Playmobil

Joguei vicios pela janela.
Para sair da rotina eu opto pelo casual.
Se é para ser peça,então jogue com vontade.
Apaguei seu numero.

Mãos de Tesoura

Gestos desconfigurados,em um fluxo continuo com o mundo paralelo.Maldita falta do que não faz bem.Em um olhar singelo que feria pela confusão de reflexos amarelo-roxo;o espelho sentia pena.Chuva de guardachuvas,só para amenizar.E o tapete da porta da frente continuava a fingir alegria:desenhava Welcome em letras engarrafadas.Nuvens choravam para lavar as mascaras já desgastadas.Sentado sobre a grama,tentava achar bondade no puro egoísmo.Morreu sorrindo.

Tanque Cheio

As primeiras gotas tocaram o capo do carro.Sentiria frio;mas frio só,já não congelava.Seus dedos estavam cruzados. Buscava incessavelmente a pior hipótese.O farol seguia a estrada sem medo.Despistando destinos e dando as mãos ao vento forte.Carregara casas em sacolas,com folhas secas e vinho tinto.Tocou o céu por meia hora.
Desbravando a escura noite pré-estabelecida,o celular apitou em tom agressivo.E calou-se.Prato feito para uma nova serie de pensamentos estranhamente psicóticos,que fluem naturalmente em imagens desconexas e flashs.Pagava então,o preço caro por pensar demais,lembrar demais,escalar montanhas demais.
No ponto alto de seu pouco caso com si mesmo,em sonho,fez-se perto dela.Tamanha proximidade que podia respirar cada palavra solta que ela expelia em seu ciclo biológico.Soltou o ar dos pulmões com prazer,tragando seu próprio desejo.Na manhã seguinte,com alguns maços de cigarro no banco de trás,retornou à estrada.

Gaveta vazia

Arrastei meus dedos pelo cabelo pela decima vez.
Com algum senso imaginativo que ainda me faz questionar,
respirava cada particula de oxigênio que entrava
pela fechadura enferrujada.
Na alma,um olhar me tirava a atenção.
Algo desnecessario..um apêndice sentimental.
Na verdade,tenho pensado que você não
tem a menor noção do quão amavel é.
Até quando pisa,com a força de quem sabe o que quer,
pelo chão,pelas calçadas, derruba paixões pelo toque.
O relogio começou a gritar com raiva.Era uma forca.
Amputei-me então.
Joguei caixa vermelha pela privada.
Fiz suas malas,mandei pelo correio.
Acordei com o sol na cara.Cegueira instantanea.
Quando recuperei a visão,já não me lembrava.
Passei a ter a impressão de estar constantemente esquecendo algo.
Ate a proxima vida.

Tango

Cheiro de buquê de rosas;
se quiser eu trago tudo.
Ponho a mesa e jogo prosa,
mostro como é o mundo.
Ombro com ombro,
coração bate apertado.
Peço o impossivel e tombo.
Disco tocando arranhado.
Noite aberta:
Tiro certo pede pra sair do bolso.
Decifrando dialetos,
só para reconhecer o gosto.