Tanque Cheio

As primeiras gotas tocaram o capo do carro.Sentiria frio;mas frio só,já não congelava.Seus dedos estavam cruzados. Buscava incessavelmente a pior hipótese.O farol seguia a estrada sem medo.Despistando destinos e dando as mãos ao vento forte.Carregara casas em sacolas,com folhas secas e vinho tinto.Tocou o céu por meia hora.
Desbravando a escura noite pré-estabelecida,o celular apitou em tom agressivo.E calou-se.Prato feito para uma nova serie de pensamentos estranhamente psicóticos,que fluem naturalmente em imagens desconexas e flashs.Pagava então,o preço caro por pensar demais,lembrar demais,escalar montanhas demais.
No ponto alto de seu pouco caso com si mesmo,em sonho,fez-se perto dela.Tamanha proximidade que podia respirar cada palavra solta que ela expelia em seu ciclo biológico.Soltou o ar dos pulmões com prazer,tragando seu próprio desejo.Na manhã seguinte,com alguns maços de cigarro no banco de trás,retornou à estrada.

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