Concreto em nossas asas

Papeis vão tornando a mesa um ambiente inabitável. Aqui sentado,de cara com o mundo,assisto seu reflexo querendo roubar a cena da lua. As vezes me dói estar tão perto com pés longe. Gostaria de escrever menos,de ser menos seu. No mesmo segundo já mudei de idéia,seria um porre. Só tem graça se for assim e pronto. Despedida é uma palavra chata,que cansa ate quem não quer. Por isso,sempre te carrego pedaços e espalho pela casa. Eu realmente espero pelos nossas dias,quando o sol perder a batalha e nossas noites avançarem o limite das horas. Eu quero quebrar todas as regras,com sua cabeça deitada sobre meu ombro. Quem fez,pensava nesse momento,no encaixe perfeito de nossos padrões. Assim te peço,apenas durma,que sonhar só vamos de olhos bem abertos daqui para frente.

Sobre Vulcões

De cortinas fechadas,caminho num mundo que deixa pedaços na lixeira. Passo semana à fio,conversando com minhas verdades,sem menor pudor. Em um movimento que espanta ate vilões,a campainha grita. Quando dou por mim,seu perfume já percorreu cada canto da casa. Quase implorando por cortes,faz-se presente a maior felicidade que me cabe. O chão se junta ao teto a cada brinde que colore nossas satisfações. Loucura nostálgica e fim. Assisto a despedida setenta vezes ou mais,sempre com finais diferentes. Ate porque o final só se cria em abstrato. Se minhas certezas andassem de mãos dadas fora dessa roda viva,faria mais. Envelheci dez anos hoje e senti saudade. A foto te mostrava caminhando pelo meio-fio de braços abertos. Você agora, me diz a hora de parar. Ainda sim,meu sangue pulsa agitado por vias estreitas do lado esquerdo do peito.

Meu sol é meia-noite

Nem lembro se olhei para a lua em algum momento,mas tenho certeza:ela estava linda.Num golpe de reflexo te puxei para dentro do meu guarda-roupa.E qualquer coisa que eu espirre em letras nessa pagina,não vai indicar nem metade da potência da minha alegria concretizada em te contar estrelas.Pelas ruas da nossa contramão.

Cubos de açucar na cerveja

Meus sonhos são feitos como limonada de morangos,se é que me entende.Não,deixe a luz acesa mais uns dez minutos.Sabe bem que alegria eu compro em paginas.Sem questionar nosso senso excêntrico.Ontem acordei com sol na cara.Doi mais pela intenção.Desde que você chegou com aroma de aventura,eu penso duas vezes antes de não amar cores.Estou na fronteira,querendo detalhes.Esquece tudo,sou assim mesmo.Feche os olhos mas não durma.A noite foi desenhada para nós.

Cara de vilão

Algumas pessoas dormem com facilidade.Outras fecham suas janelas e escavam sonhos do fundo da falta de mais.Em algumas o talvez.Pronto,estamos todos à caminhar.Sinto cheiro de perigo,e desejo em vão de ser menos atraído por tal.Pegaram meus sentidos e soltaram em queda livre.Ao chão.Ate agora tenho gostado.Espero pelo verão.Afinal as outras estações são só para planejamento,e disso eu já estou cheio.