Lagrima preta

Catarina escorrega suas unhas
com esmalte descascado pelos moveis da sala.
Se questina qual o tamanha da memoria,
das lembranças que cada particula de poeira pode conter.
O chão chorava os cacos do ultimo vaso
de plantas arremessado à parede com qualquer
falta de ter intenção.
A luz se contorce por toda cortina pesada
que insiste em evitar o mundo pós-janelas.
Deita-se no tapete o que sobra.
Encosta aos poucos seu corpo
ao espelho que se espalha pelos cantos.
Quer sentir pelo reflexo a paixão
que digeriu depois do ultimo toque
de seus labios.
Lambusa-se em tinta vermelha.
Dorme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário