Sobreponto

Eu quero é correr,
correr perto de mim.
Cansado de perder
nessa festa sem fim.
Num dia tão nublado
ceu vai se colorir,
com cores metal pesado.
As que ela preferir.
Ferir...ferir a si mesma.
Num mar de lama,
coração jorra papel crepom.
Felicidade aos olhos;
que bom...sem tom.
Sem sal.
Debaixo da escada
minha sombra insistia
na desistência forçada.
Por séculos e sim.
Por séculos ou não,enfim.

Ao belo,sem pudor.

Meio dia;caos.Quatro rodas enfurecidas disputando cada metro quadrado com duas.Solta em plena faixa,lança seus objetos de plastico à deus dará.Recolhe cada um categoricamente.Sorriso doce, dessas profecias de mil em mil anos.Quem sabe mergulhada em Dalí.Desperta no sol quarenta graus .Objeto toca o chão.Mantem o equilibrio.Dissolve satisfação em brisa leve.Seu parceiro pega trocados entre os carros.Alça voo em condição.Linda em seus trinta e poucos anos.À morrer pela arte.Que fome se mata,já inspiração florece em sobrevida.Assim,rosa vermelha brotando em selva de pedra.

-

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
No final da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio
Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto

-Cazuza

00:17

Fiz café em noite plena e estabelecida.Sem muito barulho.Sem estralo,para não encomodar.Juntei durante todo o dia,algo como tal momento.A calma;a paz está na falta de alguem.De fato,elaborado de um carater muito do mal sociavel.Mas serve,combina com meu pijama.Sentado,escorrido pela mesa,a agua preta fitou a situação.Foi inteligente e permaneceu calada,dentro da xicara.Pensei em pensar menos.Descordei em contrapartida.Olhos,palpebras e consciencia no piloto automatico e camera lenta.Senti o cheiro.Corri frente ao espelho.Desenhado por todos os cantos,fadados ao silêncio:Tinha saudade.Nostalgia provida do antes.Garrafas vazias e gargalhadas,bendita falta de sincronia.O livro da verdade insiste na maxima que tento esconder sob tapete.Apaixono-me por ideias,por noites em sacada e longas complicados.Já dizia o mestre;seja eterno enquanto dure.Correm lagrimas secas.Faltam ossos.Tapando a lua com a peneira.Nasce dia,decorrendo do sorriso apenas pela malicia.De olhos fechados,sobra pincel.Passos largos em quatro pés.A areia molhada de Montauk tem algo a dizer.

Paris distante

Passa e volta,que te laço em mesmo reflexo como outrora.Que quanto mais esqueço;me esforço para só lembrar metade do esta completamente empregnado.Rapido me vem à mente,você sozinha sem a menor preocupação com os pequenos frascos,arrastando seus dedos delicados pela parede aspera,como um rock'n roll afinado que chinga em versos paralelos e educados.Deus abençoe a luz do dia e o aroma adocicado do verão,descascando as camadas de tinta ate mesmo sobre neve intensa.Numa parede que talvez nem exista; mas que pelo fato da incerteza,se move em passos curtos sonhando alto. Nós parecemos gigantes,soltando fogo em lados opostos.Levantando da cama seguimos por direções distintas.Foge o segundo que esquecemos que a Terra é redonda:em algum ponto-relogio iremos nos tocar.Fique bem,aonde quer que esteja.

(Death cab.Farmer chords)

Não posso começar uma competição com você
e qualquer um sabe disso;nós tambem.
Isso é um medo complicado que cresce rapidamente,
e quando nos dermos conta,ele já estara andando
com suas proprias pernas.

Tudo que posso oferecer são cordas com laços,
esse ritmo simples que te pinta à cada palavra.
Você pode cantar quando estiver sozinha ou assobiar;
e isso vai te trazer para casa,não importa o quão distante
você esteja de meus braços solitarios abertos em sua direção,
esperando apenas por sua volta cantando "ooh, baby, please...come home"

-

Secou a ultima gota.
Vou fabricar alguem para o seu lugar.

Entre-linhas

J gostava de R,que gostava de E,que gostava de L.
L casou-se com militar.
Fim

Destinado a Catherine (2)

Cath,mais uma vez nos encontramos em meus pensamentos em nostalgia.Agora realmente estou me adaptando a certeza de que nossos lapis-de-cores ficaram esquecidos naquela arquibancada.Aqui não faz mais frio como em outrora.Dias nascem com sede de vida.O guarda chuvas esta trancado a sete chaves.Da janela,o céu derrama tinta azul aos quatro cantos.Acordo sempre com o cheiro de sorriso escancarado sobre minhas palpebras.Se pudesse me encontrar pelas ruas da cidade,veria na parede a sombras de dois,ligados pelas mãos.Leio jornais e escuto a televisão;tambem há flores jorrando em seus campos.Lembro como se ainda fosse à uma hora atras,o dia em que você decidiu partir pela porta dos fundos.Sem beijo de despedida nem bilhete na geladeira.Deixou tudo intacto,menos meu vaso cujo restaram apenas cacos do lado esquerdo de meu peito.De resto,no lugar:desde seu guarda roupa à seus livros empoeirados cheios de segundas vozes.Entendo.Você queria deixar tudo para depois.Cá entre nós:a palavra "depois" é apenas um mito em nosso dicionario.Assim sigo morando no mesmo endereço,mas com suas portas trancadas.Ainda espero por noticias anciosamente.
Abraços,de seu eterno companheiro.
Miguel

(Death cab.Cath)

Cath, ela está
Com um homem bem intencionado
Mas não consegue relaxar
com as mãos dele em suas costas
E enquanto os flashes das câmeras disparam,
ela segura um sorriso;
Como alguém que segura uma criança que chora

Todos perguntam o que aconteceu com você;
Seu coração estava morrendo rápido
e você não sabia o que fazer

Cath, parece
que você vive os sonhos de outra pessoa
Em um vestido de noiva tomara-que-caia
nos braços de um homem que você detesta

Mas você fez seus votos
e fechou a porta
Para tantos homens
que te amariam mais

Todos perguntam o que aconteceu com você;
Seu coração estava morrendo rápido,
e você não sabia o que fazer


E os sussurros de que não vai durar
correm pelos bancos da igreja
Por que meu coração estava morrendo rapido,eu faria o mesmo que você.

Recicladas paginas em branco

Atravessava a rua esbarrando em carros parados.A lua gritava versos desconexos e longos demais.
Então apressou seus passos;corria entre a multidão.Perseguia a si mesmo.Em uma caminhada sem fim,pensava.Momento que só deveria estar presente nos extras encontrou roteiro principal ao se esbarrar com seu proprio mundo.É claro,nunca havia visto antes.Todos os livros foram ao chão. Mãos rapidas a procura de tornar o fato quase invisivel.Tocam-se.Não se afastam.Pessoas continuam seu percurso.Ali,encostados na calçada da cidade das luzes, o relogio parou pelo prazer da incerteza.

(Death Cab.Wait)

Toda cidade tem um bar,
assim conheço você e seus amigos.
Tudo corre melhor com um pouco de cafeina.
Você pode me contar sobre seu dia.
Não sei muito sobre você;não o bastante.
As vezes não consigo fugir de casa,
então peço desculpas;vou me atrasar.
Você vai esperar por mim.
Toda cidade tem um canto,
assim vejo você e seus amigos.
Desleixados,tão cool,
dizendo sempre as mesmas coisas.
As vezes todos nós nos sentimos
pouco estupidos.
Nós dizemos palavras erradas;
você não é a única.
As vezes temos que deixar tudo para tras;
numa corrida egoista.
De fato,uma burrice.
E você vai esperar por mim.

Eixos

Todos sentados.As luzes perdem efeito.Acendem-se os sonhos.
Explodem os detalhes sobre corações marcados de cicatrizes.
Mãos grudadas.Gotas tocam a tela.Labios trocados.Suspiros.
Sorriso estampado derramando bons sentimentos.
Ainda que em metade,caminho de volta para casa
com a certeza de estar por inteiro.
Desenhando futuros com giz-de-cera,passo-a-passo
com toda intenção

Lagrima preta

Catarina escorrega suas unhas
com esmalte descascado pelos moveis da sala.
Se questina qual o tamanha da memoria,
das lembranças que cada particula de poeira pode conter.
O chão chorava os cacos do ultimo vaso
de plantas arremessado à parede com qualquer
falta de ter intenção.
A luz se contorce por toda cortina pesada
que insiste em evitar o mundo pós-janelas.
Deita-se no tapete o que sobra.
Encosta aos poucos seu corpo
ao espelho que se espalha pelos cantos.
Quer sentir pelo reflexo a paixão
que digeriu depois do ultimo toque
de seus labios.
Lambusa-se em tinta vermelha.
Dorme.

Meia semana

Tudo é jogo.As vezes esquecemos que já é nosso turno.
Carpe Diem que aflora violentamente em meu eu-lirico
não se contenta com o pouco.Se é para não pensar
no amanhã,então ate a ultima gota.
Não sei o que faço comigo.
Na linha onde desejos se tornam necessidades especiais.

Divisão do prazer

Sol cheio;lua quente.Vida rapida.Roupas por todo rio.
Em todos os sentido:o que eu quero não tem nome.
Se quer existe.Então vamos direto aos copos vazios.
Serventia da casa.Maior best-before do universo.
Seu cigarro me queima a alma;você transpira
o que eu respiro.Na altura do jogo não há
mais vencedores;apenas pessoas correndo.
Eu vos declaro soltos para sempre
e garçom desse mais uma que aqui
o papo é de derreter corpo inteiro.
Que a proxima noite em claro
não será insonia.Será inspiração.